Uma das proezas mais estudadas da própolis é a sua capacidade de impulsionar o sistema imunológico, já que contém uma porção de substâncias como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos, vitaminas e minerais, que ajudam a proteger e fortalecer a imunidade celular. Em seus estudos, o imunologista Dr. José Maurício Sforcin, tem observado a participação da própolis na resposta imunológica de animais e seres humanos [1].
Substâncias contidas na resina parecem ter a capacidade de alterar e regular o sistema imune, promovendo maior ativação das células de defesa (ou anticorpos), em especial os macrófagos e os neutrófilos, favorecendo o reconhecimento e a destruição dos micróbios, com isso impedindo a proliferação de bactérias, fungos e vírus. A atividade antiviral da própolis e seus derivados já foi avaliada frente a alguns vírus patogênicos ao homem e a animais, como o herpesvírus humano tipo 1 (HSV1) e 2 (HSV2), vírus da imunodeficiência humana (HIV), vírus da influenza, poliovírus (poliomielite), adenovírus (infecções respiratórias e intestinais), rotavírus (gastroenterites) e coronavírus (infecções respiratórias) evidenciando resultados promissores [2]. Devido a essa notável ação terapêutica como agente antimicrobiano, o extrato de própolis tem sido indicado tanto na prevenção como no tratamento de gripes, resfriados, asma, pneumonias, dores de garganta, sinusite e amigdalite, além de ajudar em doenças respiratórios, incluindo tosse com ou sem catarro.
🐝 E o que é a própolis? Própolis é uma substância resinosa produzida pelas abelhas a partir de resinas coletadas de troncos e brotos de árvores e enzimas de sua saliva. As abelhas usam esta mistura para dar estrutura, fechar aberturas e rachaduras na colmeia, e também como agente antimicrobiano. Colmeias são locais propensos ao desenvolvimento de fungos, vírus e bactérias, dadas as suas condições de temperatura, umidade e superlotação. A própolis é diretamente responsável por garantir a assepsia das colmeias, o que protege as abelhas de doenças. Esse fato serviu de inspiração para a palavra: em grego, própolis significa “em defesa da cidade” ou “em defesa da colmeia”. Esta substância resinosa pode ser encontrada na cor marrom, verde e vermelha, dependendo das fontes da resina coletada pelas abelhas. A própolis é composta aproximadamente de 50% de resina, 30% de cera, 10% de óleos essenciais, 5% de pólen e 5% de outros compostos orgânicos. Sua notável ação terapêutica, como agente antimicrobiano, antibiótico natural, antioxidante, anti-inflamatório, anticancerígeno, cicatrizante e imunoestimulante, é devido ao grande número de substâncias ativas presentes, chegando a mais de 300 compostos químicos identificados [3,4].
🐝 Própolis verde: o ouro brasileiro A própolis verde tem como principal fonte vegetal uma planta conhecida popularmente por alecrim-do-campo ou vassourinha (Baccharis dracunculifolia). Se encontra facilmente e exclusivamente no sudeste brasileiro, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo portanto 100% brasileira. Uma característica comum entre a própolis verde e sua fonte vegetal, é a alta concentração de flavonóides, como o artepillin C, e ácidos fenólicos entre outros compostos bioativos, que tem despertado o interesse de inúmeros pesquisadores por suas múltiplas propriedades medicinais, e enorme potencial na saúde humana e no tratamento de diversas doenças. A própolis verde é uma das mais bem cotadas no mercado internacional. Países asiáticos, especialmente o Japão, que seguem a medicina preventiva, são os grandes importadores desse tipo de própolis brasileira.
🐝 Como consumir A própolis pode ser encontrada na forma de spray bucal, balas, em gotas, xaropes e em cápsulas. Além de ingerida, pode ser aplicada topicamente na forma de cremes, pomadas e loções, para tratar diversas inflamações da pele e na cicatrização de feridas. Pode ser consumida por todas as pessoas, seguindo a recomendação médica. A única contraindicação é a alergia ao produto.
Texto: Dra Rosana Alberici Consultora em PD&I da Prov-Mel
🐝 Referências [1] JM Sforcin, "Própolis e imunidade: comprovações científicas", 2009. Editora Unesp, Botucatu, SP, Brasil. [2] Paul C Cheng & Geary Wong. Honey bee propolis: prospects in medicine, Bee World, 77:1, 8-15. [3] SR Lustosa, AB Galindo, LCC Nunes, KP Randau, PJ Rolim Neto. Própolis: atualizações sobre a química e a farmacologia. Revista Brasileira de Farmacognosia, 2008, 18(3): 447-454. [4] VR Pasupuleti, L Sammugam, N Ramesh, SH Gan. Honey, Propolis, and Royal Jelly: A Comprehensive Review of Their Biological Actions and Health Benefits. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, 2017, Article ID 1259510, 21 pages.
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